A semana nas plataformas está bem animadora na oferta de filmes e séries. Selecionei algumas sugestões para vocês, queridos cinéfilos!
A despedida de Harry Bosch
Para começo de conversa, uma boa notícia que é também ruim: chegou a derradeira temporada de um dos mais bem construídos personagens policiais da TV, Harry Bosch. Há onze anos no ar entre a original e a série derivada, “Bosch-O Legado”, encerra as aventuras do agora aposentado detetive interpretado por Titus Welliver. Baseado nos romances de Michael Connely, Bosch difere da maioria dos personagens do gênero: ele é angustiado e indisciplinado, sim, mas não é alcoólatra, toma banho, faz a barba, mora numa bela casa no alto da montanha de Los Angeles e adora jazz. Só o que ele ama mais que sua coleção de vinis é a filha Maddie, figura importante na série, que segue os os profissionais do pai. A mentora de Maddie e amiga de seu pai é a advogada Honey Chandler, interpretada pela veterana Mimi Rogers. Nessa despedida, estão presentes os temas de justiça, coragem e a busca incessante por verdade, com a profundidade habitual ao enredo.
Nós, os fãs de Bosch, esperamos que o desfecho faça jus à qualidade das dez temporadas em que nos acostumamos a irar e a torcer pelo homem que ama a música de John Coltrane e luta pela justiça.
Disponível no Prime Video.
Uma cilada em Bariloche
Como fã ardorosa das produções argentinas, confesso que eu esperava mais de “Cilada” (Atrapados), série em 06 episódios baseada na obra do autor best seller norte-americano de mistérios, Harlan Coben. A trama é centrada em Ema Garay, uma jornalista famosa por suas reportagens criminais. Durante a investigação de atos de pedofilia pela internet, Ema acaba acusando injustamente Leo Mercer, respeitado assistente social, com quem teve um breve affair. Agora, além de carregar a tragédia de ter tido seu marido morto por atropelamento, Ema precisa lidar com a verdade sobre o caso que investiga e a denúncia que fez contra Leo.
A protagonista é Soledad Villamil, conhecida por seu papel em “O segredo de seus olhos”, vencedor do Oscar. Outro atrativo de “Cilada” são as locações na belíssima cidade de Bariloche, na Patagônia argentina.
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Filmes
A verdadeira dor – direção: Jesse Eisenberg – 2024 – Prime Video
Esse é o filme que deu a Kieran Culkin o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, embora ele não seja tão coadjuvante assim de Jesse Eisenberg, que também dirigiu o longa. Eles são dois primos que se juntam em uma viagem à Polônia para homenagear sua adorada avó, falecida recentemente. Os primos são bem diferentes, David (Jesse) é pai de família e pragmático; Benji (Kieran) é boêmio e excêntrico. Eles embarcam numa jornada de memórias familiares que inclui a experiência do Holocausto, dando ao filme mais drama que comédia.
O pássaro branco – Uma história de Extraordinário – direção : Marc Foster – 2024 – Prime Video
Outro filme recente que é um recorte do Holocausto, retratando a história de uma garota judia que se esconde com uma família sa durante a ocupação nazista na França.Trata-se de um spin-off de “Extraordinário” , baseado na graphic novel homônima de R.J. Palacio. Helen Mirren é a avó judia que conta ao neto sua história durante a Segunda Guerra, o que mudará a cabeça do garoto metido a valentão diante da vida.
Holland – direção: Mimi Cave – 2025 – Prime Video
Gostaria de saber quantos filmes – além de séries – Nicole Kidman faz em média por ano. Ela deve ser a atriz mais worcaholic de Hollywood e parece não se importar com desgaste da imagem. Agora, acaba de chegar esse suspense com ares de fábula, já que é ambientado numa cidadezinha de sonho, repleta de jardins de tulipas coloridas. Nicole é Nancy Vandergroot, professora que junto com o marido e o filho são exemplos de família perfeita e harmoniosa. Isso até ela começar a investigar, junto com um colega da escola, uma provável traição de seu marido, interpretado por Matthew Macfadyen ( o Tom de “Succession). Para fechar o trio, Gael Garcia Bernal vive o colega convencido por Nancy a correr riscos. A partir daí, todo o encanto da vida em Holland, vira outra coisa.
Atenção: Ainda Estou Aqui chega ao streaming!
Para quem ainda não viu ou quer rever “Ainda estou aqui”, o filme de Walter Salles ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional, chega finalmente à plataforma GloboPlay no domingo (06/04).
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O adeus a dois astros do cinema e da TV
Na última semana, as artes visuais perderam dois nomes bastante conhecidos em suas respectivas épocas.
Richard Chamberlain não é muito conhecido das novas gerações, mas foi um ícone da televisão nos anos 70/80. Seu primeiro sucesso foi na série “Dr.Kildare” (1961), o galã precursor das histórias de hospital tão ao gosto do público. Ele fez também a primeira adaptação de “Xógum”(1980), de James Clavell, cujo remake foi a série de maior sucesso mundial no ano ado. No Brasil, a série “Pássaros Feridos” (1985) conseguiu algo inédito: o SBT bateu a audiência da TV Globo. No cinema, Chamberlain fez Os Três Mosqueteiros (1973), Inferno na Torre (1974), A Última Onda (1977) e As Minas do Rei Salomão (1985). Minha memória mais forte de Richard Chamberlain é ele no papel de Tchaikowsky na cinebiografia Delírio de Amor ( The Music Lovers), dirigida por Ken Russell em 1970. Por acaso – ou não por acaso – tanto o músico quanto o ator viveram conflitos com a própria sexualidade e a dificuldade de assumirem publicamente que eram gays. Chamberlain só fez isso em sua biografia de 2003, aos quase 70 anos.
Seus últimos trabalhos foram uma participação na série “Brothers and Sisters” (2010) e o filme “ Finding Julia” (2019). O ator faleceu dois dias antes de completar 91 anos.
Val Kilmer partiu muito cedo. Ele tinha apenas 65 anos e a causa imediata de sua morte foi uma pneumonia, mas o ator enfrentou um câncer que o fez perder a voz há uma década. Kilmer fez mais de 80 filmes de gêneros bem distintos. Tinha fama de ser um artista “difícil” e seus papéis mais famosos foram Jim Morrison em “The Doors” (1991), o homem morcego em “Batman Eternamente” (1995), e encerrou a carreira revivendo o personagem Iceman em “Top Gun-Maverick”, uma continuação de “Ases Indomáveis”, ao lado de Tom Cruise. A voz de Kilmer foi digitalizada para ficar mais clara.
Na vida pessoal, Kilmer namorou algumas das mulheres mais belas do meio artístico: Angelina Jolie, Cindy Crawford e Michelle Pfeiffer e as cantoras Cher e Carly Simon, entre outras.
Sua última mensagem no documentário “Val”, de 2021, foi : “Não desista de suas ilusões para que quando elas se forem, você ainda possa existir, mesmo não vivendo mais”.
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THE END
