A ala bolsonarista de Santa Catarina está numa espécie de reta final das definições para as vagas de governador e senador. Hoje já está claro para o Progressistas e para o PL que os senadores Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PL) não podem disputar o mesmo cargo, pois ambos trafegam na mesma faixa de votos e correm o risco de nenhum deles sequer ir para o segundo turno.
Mas qual dos dois desistiria? Pelas conversas que estão acontecendo nos bastidores, é pouco provável que Amin saia da disputa porque, hoje, ele não teria nada a perder e já tem o apoio do PTB de Kennedy Nunes, que dá a ele uma representatividade maior no norte de Santa Catarina. Amin já disse para Jorginho, num dos encontros que tiveram em Florianópolis, que os votos dele dificilmente irão para o candidato do PL, mas os votos de Jorginho, que é o voto de bolsonaristas, não teriam outra opção senão o candidato do Progressista.
Nessa costura política, nem mesmo a candidatura de Jorge Seif Junior (PL), que se transformou num peso para Jorginho Mello, está garantida, porque Seif não decolou, pode tirar alguns bolsonarista de Kennedy e é um dos principais fatores pelo isolamento do PL aqui em Santa Catarina.
Lideranças acreditam que o futuro da coligação PL, Progressistas e PTB deva ser com Esperidião Amin ao governo, Felipe Mello, filho de Jorginho Mello, como vice e Kennnedy Nunes para o senado. Caso Seif seja realmente mantido na disputa pelo senado, a coligação até pode ir com dois nomes, mas aí o Palácio do Planalto dificilmente iria arriscar perder a vaga para Raimundo Colombo.
Pelas contas do PTB, Kennedy sai da região norte de Santa Catarina com aproximadamente 500 mil votos, leva mais 250 mil votos da Igreja Evangélica e fechando com o PP, recebe dos diretórios municipais do Progressistas mais uns 200 mil votos. A candidatura de Amin também está de olho nessa conta e já joga na mesa, nas conversas que tá tendo com o PL, justamente essa representatividade do Progressistas de Santa Catarina, que só perde para o MDB em número de prefeituras e de diretórios consolidados.
AS CARTAS ESTÃO NA MESA
Jorginho Mello vive um momento difícil, pois pode ter estacionado nas pesquisas e vê justamente Amin chegando cada vez mais perto. Amin já disse que, se eleito como governador, não iria à reeleição e na visão de Esperidião, mesmo perdendo, tem mais quatro anos no senado e este será o tempo que pretende ainda ocupar um cargo político. Com isso, Amin já colocou como possível abertura de espaço para que Jorginho Mello seja o próximo candidato a governador em 2026 dessa aliança que está cada vez mais madura em 2022.
Não há um prazo definitivo para que tudo se resolva, mas Amin já colocou o dia 5 de agosto como um dia importante, pois é o prazo final para as convenções partidárias. Já o PTB dá como certa a aliança com o PP e ambos estão apenas esperando a decisão do PL e de Bolsonaro para que tudo se confirme.