Ruy Carlos Ostermann acaba de completar 90 anos de idade. Professor de Filosofia, originalmente, aplicou seus conhecimentos para inovar os textos dos comentários esportivos durante toda a vida.
Foram muitas tarefas em longa carreira. Nas rádios Guaíba e Gaúcha, nos jornais Folha da Manhã e Zero Hora, na RBS TV e no SporTV.
Era uma preciosidade ver o “Professor” falar ou ler suas suas colunas. Em muitas ocasiões sentei ao seu lado para ver como ele construía seus textos, frases longas, bem cuidadas, as vezes com certo tom poético.
Ruy esteve ligado ao início da minha carreira. Era repórter da Folha da Tarde e ele, na redação ao lado, atuava na Folha da Manhã, quando foi escolhido para organizar a cobertura da Copa de 1974 junto com Antônio Brito.
Os dois credenciados e eu na reserva. Por uma questão de política da redação, havia medo que a equipe escalada para a Copa não fosse bem recebida pelos veteranos da Folha da Tarde e do Correio, por isso acabei indo para a Alemanha e o Brito ficando para segurar as pontas.
Foi um trabalho marcante para mim e toda a equipe em viagem, inclusive em comunicação, pois foi a estreia de um canal internacional que permitia o envio de voz texto (via telex) pelo mesmo processo.
Só não ganhamos o título em campo. Ao contrário, ficamos em quarto lugar.
Se voltei em outras sete copas do mundo na sequência, devo ao aprendizado que tive nessa primeira vez.
Por isso, digo sempre: Obrigado, Professor!