O futebol de Santa Catarina viveu um 2024 para ser rapidamente esquecido por suas equipes e seus torcedores. O ano, que começou com grandes expectativas, teve decepções e reviravoltas que marcaram negativamente o cenário esportivo estadual.
Os rebaixamentos de Criciúma na Série A e Brusque na Série B foram terríveis para o Estado, bem como as campanhas de Avaí e Chapecoense na Série B.
O Figueirense fez uma campanha ruim na Série C e nem alcançou a segunda fase, enquanto na Série D os times catarinenses ficaram pelo caminho.

A expectativa é de que, em 2025, com mudanças estruturais e a chegada de novos técnicos e reforços, o cenário seja mais positivo. Assim, o futebol catarinense tenta, mais uma vez, dar a volta por cima em um ano que, para muitos, será melhor ser esquecido.
Frustração azurra
O Avaí começou 2024 com grandes ambições, contratando reforços e montando um elenco competitivo para, pelo menos, chegar à final do Campeonato Catarinense. Apostou em Eduardo Barroca depois de livrar o time do rebaixamento na Série B no ano anterior.
Eduardo Freeland, o executivo de futebol, contratou muitos jogadores, o Avaí gastou talvez o que não podia, mas o time acabou falhando em suas principais metas e foi eliminado de forma precoce pelo Brusque, nem chegando à final do Estadual, deixando a torcida azurra frustrada.
Três técnicos

Apesar do fiasco no Estadual, o Avaí ainda tinha grandes expectativas para o Brasileiro da Série B. Porém, com a oscilação do desempenho, viu o o à Série A se tornar uma missão cada vez mais difícil. Para piorar, o time enfrentou problemas estruturais e de comando, que dificultaram ainda mais o retorno à elite.
Começou o ano com Barroca, ou por Gilmar Dal Pozzo e terminou com Enderson Moreira, que chegou como salvador, três títulos da Série B na bagagem, mas teve desempenho ruim. O time encerrou a competição de forma melancólica e com muitos problemas para resolver.
“Fora Freeland”
O Conselho Deliberativo do clube terminou 2024 pedindo a cabeça do executivo de futebol depois do insucesso da temporada. Aprovou uma moção de desagrado contra Freeland, mas o presidente Júlio Heerdt bancou sua permanência. A faixa “Fora Freeland” apareceu nos últimos jogos na Ressacada e pelo visto vai continuar por lá.
No fim do ano, mais um revés para a diretoria executiva com a rejeição da peça orçamentária para 2025 numa votação que ficou ruim: 39 x 11. O Conselho entende que o Avaí deve ter um orçamento compatível com a realidade da Série B. A diretoria executiva terá de fazer ajustes, mas por enquanto o orçamento de 2024 será prorrogado. Ponto positivo para o Conselho, sempre vigilante e pensando no bem da instituição.
Frustração alvinegra
O Figueirense viveu um 2024 de altos e baixos, mas com bom desempenho no Catarinense, fazendo campanha sólida até enfrentar o Barra em jogo que marcou a sua eliminação, desperdiçando vantagem confortável. Se asse, faria a semifinal com o Criciúma. Faltou bola e tranquilidade. O torcedor ficou frustrado com a eliminação.

No Brasileiro da Série C, o Figueira não conseguiu avançar à próxima fase, em mais um revés na temporada. No entanto, com a mudança de comando e a chegada de Thiago Carvalho para 2025, o clube iniciou a montagem do elenco com a contratação de novos jogadores, buscando corrigir erros e uma recuperação definitiva à frente.
Foco no futebol

O CEO alvinegro Enrico Ambrogini disse, na apresentação dos novos uniformes, que o foco para 2025 será o futebol. O Figueira quer brigar pelo título Estadual e também pelo o à Série B, o que é muito bom pensar grande. Onze jogadores foram contratados e todos serão inscritos por conta da queda do transfer ban. O Figueira mudou o perfil do grupo, agora com jogadores mais “cascudos”, experientes, que sabem os atalhos para alcançar objetivos.
Subiu e desceu

O Criciúma iniciou o ano como grande favorito e ganhou o bicampeonato Catarinense diante do Brusque, depois de um 2023 vitorioso com o o à Série A. O Tigre parecia pronto para dar sequência ao seu bom desempenho ao longo do ano, mas quebrou as expectativas. Teve desempenho abaixo do esperado e viu suas chances de permanência se dissiparem nas últimas oito rodadas do Brasileirão.
Voltou para a Série B e os desafios são enormes. Contratou o técnico Zé Ricardo, que talvez não seja a melhor opção e terá uma equipe diferente com a saída de muitos jogadores. O congolês Bolasie foi seu grande destaque no Brasileirão. Foi embora. Precisa melhorar fora de campo após a renúncia do presidente Vilmar Guedes e recompor a estrutura istrativa para continuidade da hegemonia em Santa Catarina.
Nova queda do Brusque
Enfrentou dificuldades sem estádio e surpreendeu em 2024, depois de eliminar o Avaí e chegar ao vice-campeonato estadual. Porém, transformou-se em frustração. Veio a queda dramática na Série B. A equipe não conseguiu sustentar o bom desempenho e acabou caindo para a Série C, marcando um revés doloroso para o futebol do interior de Santa Catarina.
Superação com Dal Pozzo
A Chapecoense começou o ano com grandes expectativas após desempenho irregular no Catarinense. Não conseguiu engrenar nas competições nacionais. Trocou de técnico algumas vezes e teve um desempenho abaixo no estadual e depois no Brasileiro da Série B, sofrendo com a falta de consistência.

A chegada de Gilmar Dal Pozzo e do preparador físico Jaelson Ortiz na reta final da Série B, trouxe novo fôlego à equipe. A Chape conseguiu uma recuperação importante e garantiu a permanência na segunda divisão, trazendo uma luz de esperança para a próxima temporada. Dal Pozzo comemorou como nunca no gramado da Arena. Uma resposta ao Avaí, que o demitiu para trazer Enderson Moreira.
Copa do Brasil

Nem Avaí e muito menos o Figueirense estão na Copa do Brasil para o ano que vem, a competição mata mata multimilionária da CBF. O Avaí não ficava fora da Copa do Brasil há mais de dez anos. Incompetência para justificar a pobreza de resultado. Nem quis disputar a Copa Santa Catarina, que teve o Concórdia campeão e levando uma vaga ao lado de Criciúma, campeão estadual e Brusque vice do Catarinense.
Marco Antônio Martins

No sábado 17 de fevereiro fomos acordados com a triste notícia da morte do querido Marco Antônio Martins, vice-presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF) e diretor do Departamento de Arbitragem, aos 57 anos. Revolucionou a nossa arbitragem, trouxe renovação e qualidade. Colocou Ramon Abati Abel e Bráulio da Silva Machado no quadro da FIFA. Perda irreparável para o futebol catarinense.
Ano Glorioso

Dirigido por Arthur Jorge, um dos muitos portugueses que estão trabalhando no Brasil, o Botafogo fez um ano maravilhoso, chegando ao título Brasileiro que deixou escapar em 2023. Mostrou bons jogadores e vários deles convocados para a Seleção Brasileira. Não há reparos para esse time que uniu o país com seu futebol de qualidade. Para alegria do meu amigo Cacau Menezes, que realizou o sonho da conquista e com sua presença no Estádio.

Fez história
De quebra, o Botafogo ganhou o título inédito da Copa Libertadores com vitória sobre o Atlético-MG por 3 x 1 em final única disputada no lendário estádio do River Plate, o Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Foi com requintes de crueldade, um jogador a menos desde os 29 segundos de partida. Desnecessário dizer que foi merecida a conquista e encantou a América esse time do Fogão cujo dono John Textor incorporou o Fogão. Garantiu vaga no mundial da FIFA na metade de 2025.
Era dos galácticos

O clube mais vencedor do planeta, o Real Madrid, com a goleada por 3 x 0 sobre o Pachuca (MEX), conquistou seu nono título mundial, a Copa Intercontinental validada pela FIFA. Haja prateleira para tantos troféus. É o atual campeão da Champions e chegando a 15 conquistas. O Botafogo nem chegou lá para enfrentar o Real. Alvo fácil do Pachuca depois de viagens longas e jogos finais seguidos.
Melhor do mundo

Vinícius Junior ganhou o título de melhor jogador do mundo pela primeira vez e entrou para a história do futebol ao receber a honraria das mãos do presidente da FIFA, Gianni Infantino. Quebrou jejum de 17 anos que um brasileiro não ganhava o prêmio. Foi o melhor que tivemos em premiação individual.
Seleção Brasileira

O Brasil é o quinto colocado nas Eliminatórias para a Copa do Mundo com 18 pontos e volta a jogar em março contra a Colômbia. Foi um ano de incertezas no comando de Dorival Júnior, que assumiu em janeiro no lugar de Fernando Diniz. O Brasil estará na próxima Copa do Mundo, de 11 de junho e 19 de julho de 2026, em 16 cidades espalhadas pelos Estados Unidos, México e Canadá.
Essa foi a Retrospectiva 2024 da coluna de Esportes.
Desejo a todos um bom Natal e um próspero Ano Novo!