Demissões
A noite de segunda-feira (28) foi de ruptura e decisão no Figueirense. Após mais um início de Série C frustrante, com apenas um ponto conquistado em três jogos e a equipe afundada na zona de rebaixamento, a SAF decidiu agir. Um movimento drástico, mas necessário. O CEO Enrico Ambrogini e o técnico Thiago Carvalho foram demitidos. A pressão de torcedores, do Conselho Deliberativo e a realidade da tabela aceleraram um processo que já vinha sendo amadurecido nos bastidores.
Prisco
As notas oficiais divulgadas pelo clube revelam a participação direta do presidente da SAF, Paulo Prisco Paraíso, no processo. E não poderia ser diferente. Ambrogini, que chegou ao Scarpelli em dezembro de 2023 com boas credenciais após agens por Valladolid e Cruzeiro (na gestão de Ronaldo), buscou um modelo de gestão eficiente e entregar resultados que justificassem sua permanência, mas esbarrou na direção da SAF. Até porque ele respondia a Eduardo Medicis, o executivo do Fundo. Com a saída dele, o diretor financeiro Leonardo Rodrigues assume interinamente as operações do clube.
Defesa derrubou Thiago
O técnico Thiago Carvalho, contratado no fim do ano ado para liderar a reestruturação esportiva da equipe, acumulou maus resultados e não conseguiu corrigir a principal deficiência do elenco: a vulnerabilidade defensiva. Eliminado no Campeonato Catarinense nos pênaltis e derrotado em campo nas primeiras rodadas da Série C, ele não resistiu à pressão e aos números. A comissão técnica também foi desmontada, com as saídas do auxiliar Luís Gustavo e do preparador físico Leonardo Raul.
Angústia
O torcedor alvinegro vive mais um capítulo de angústia, mas desta vez com uma resposta institucional clara. A decisão é um ponto de inflexão: ou o Figueirense reage agora ou o risco de um vexame histórico aumenta. O clube perdeu tempo e só agiu diante da ameaça concreta de rebaixamento, mas pelo menos demonstrou que não está inerte frente ao colapso esportivo. É o que esperamos, soluções em campo e fora dele.
Salvar a temporada
Com o futuro da SAF ainda em negociação, já que o investimento feito pelo fundo Clave Capital permanece como empréstimo até que a compra se concretize, a direção aposta no “tudo ou nada”. A mudança era inevitável. Agora, resta encontrar rapidamente soluções esportivas e gerenciais para salvar a temporada. A arrancada precisa começar já.
Mais um capítulo
O juiz Luiz Henrique Bonatelli, da Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca da Capital, publicou nesta segunda-feira (28) novo despacho no processo de Recuperação Judicial do Alvinegro. A decisão marca mais um capítulo da longa batalha jurídica que a instituição enfrenta para equilibrar suas finanças. O caso, que já se arrasta há meses, segue sem solução definitiva, prolongando a incerteza sobre o futuro do clube.
Despacho
Bonatelli quer que o Figueirense corrija o plano de recuperação, principalmente as propostas de pagamento aos credores trabalhistas. Ainda deu 15 dias para corrigir e depois determinou a convocação de uma nova assembleia de credores para aprovar as mudanças. Outros pedidos feitos nos embargos foram negados (como cancelamento de penhoras ou mudanças maiores no plano). Algumas decisões, como a liberação de imóveis, ficaram adiadas para serem analisadas mais tarde.
